Nas Caxinas ouve-se a cor,
incorporada em cada alvoroço, onde todo e qualquer detalhe fora da rotina ganha
importância. E o luto se aproxima, mais uma vez, para mais um período negro, de
gentes vestidas de preto.
Nas Caxinas vê-se o riso das
pessoas. A marca de um povo que sorri com a fartura que só os pobres têm.
Reflete dia-a-dia, aquela que não é a imagem do seu espelho.
Nas Caxinas vive-se com
emoção. Com orgulho nas raízes. Com a coragem e a revolta dos dias duros e
vividos no limite do medo e do perigo. Com um dialeto que é único, as Caxinas
são um lugar fabuloso.
Todos estes retratos falados de um coletivo que
exerce a sua profissão de forma brava, são na verdade uma fotografia lusitana,
nada restringe-se as Caxinas, é sim o paradigma com que se deparam todos estes
heróis do mar de norte a sul do país. Desde a costa do Algarve, de Setúbal,
Leixões ou Viana do Castelo os problemas são os mesmos, os dramas e medos
assemelham-se, rostos duros e marcas indeléveis também são visíveis, e mais do
que percetíveis são reflexos de uma real clonagem.
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