sexta-feira, 5 de abril de 2013

IAN CURTIS


IAN CURTIS
 


Figura aparentemente distante, autor expressivo, músico visionário, Ian Curtis viu-se transformado em mito pop pela morte precoce, que o levou, por suicídio, meses antes de completar os 24 anos de idade. Era, contudo, um jovem comum, cidadão suburbano com vida feita na periferia de Manchester, melómano profundo, funcionário público por obrigação, músico por sonho concretizado.

Ian Curtis nasce em Macclesfield, perto de Manchester, a 15 de Julho de 1956.
A música é desde cedo a sua grande paixão, e o desejo de fazer parte de uma banda teve a primeira materialização ainda nos dias de escola, entre amigos.
Ainda adolescente começa a materializar um sentido de rebeldia através das idas a bares de bebidas alcoólicas sem licença e das primeiras ingerências de químicos, na forma de comprimidos. É nestes dias de insurrecção e libertinagem que conhece Deborah- de quem fica noivo em 1974 e acaba por casar a 23 de Agosto de 1975. 

O primeiro emprego a sério foi na “Rare Records”, uma loja de discos no centro de Manchester. Este foi o momento que Ian esteve mais próximo do mundo da música.

 Chega a Joy Division

Ian Curtis decidiu o seu destino depois de ter assistido ao marcante concerto dos Sex Pistols em 1976. Foi aqui o momento em que se convenceu de que queria estar no palco, e não no meio do público. Nesta altura conheceu os jovens Bernard Sumner e Peter Hook, depois de ter visto o cartaz dos dois que tentavam formar uma banda. Então propôs-se a ser o vocalista e escritor das letras, e logo concretizaram a decisão de constituir a banda.


Porquê o nome, Joy Division?

O nome foi inspirado na ala dos campos de concentração nazis, nos quais eram mantidas as prostitutas de serviço aos oficiais alemães, o que causou desde logo inevitável polémica.

1978/79


Ian ainda vive com entusiasmo a vida familiar, Deborah engravida e nove meses depois entra em cena a pequena Nathalie(nasce em 1979).
 Em Abril de 1979 a banda Joy Division grava o primeiro álbum.  A gravação e mistura do disco quase coincide com o nascimento da filha de Ian Curtis. Contudo, apesar das expressões de amor paternal, a vida doméstica não é mais a prioridade de Ian . Quando está em casa ouve música ou entrega-se à leitura de autores como Dostoiévski, J.G. Ballard, Nietzsche, Sartre ou Hermann Hesse. Os concertos que se seguem ao disco, a presença dos média, o entusiasmo de uma multidão de admiradores em crescimento tomam a sua inteira atenção. Editado em Junho, o álbum colhe críticas diversas, no Sounds, o texto aponta-o como um potencial catalisador de suicídios!
Durante os concertos, Ian desenvolveu um estilo único de dançar, proveniente dos ataques epiléticos dos quais sofria, algumas vezes no palco. O efeito era tal que as pessoas que estavam no concerto não se apercebiam se o cantor estava a dançar ou a ter um ataque. Muitas das canções que escreveu são carregadas com imagens de dor emocional, morte, violência, alienação e degeneração urbana.

Tais temas recorrentes levaram os fãs e a mulher Deborah, a acreditar que Ian escrevia sobre sua própria vida. Ian comentou numa entrevista a seguinte frase: "Escrevo sobre as diferentes formas que diferentes pessoas lidam com certos problemas, e como essas pessoas se podem adaptar e conviver com eles". A personalidade maníaca de Ian não é mais uma novidade para os amigos e colegas, que já lhe conhecem a volatilidade temperamental e tendência depressiva..


O Epílogo


A última apresentação ao vivo de Ian Curtis foi no dia 2 de maio de 1980, na Universidade de Birmingham, e aconteceu no mesmo mês da sua morte. Esta apresentação incluiu a primeira e última performance da música "Ceremony" pelos Joy Division — música que só foi depois usada pelos New Order
A última música que Ian Curtis cantou em frente ao público foi "Digital". 
A gravação da apresentação pode ser encontrada no álbum de compilações Still.
Os problemas pessoais de Ian Curtis, como o divórcio difícil com a esposa Deborah e um caso extra-conjugal com a jornalista belga Annik Honoré, poderão ter contribuído para o suicídio de Ian, que se enforcou aos 23 anos de idade. De acordo com o livro Touching From A Distance, escrito por Deborah, Ian engoliu uma overdose de remédios para a epilépsia , que fez com que fosse parar ao hospital poucos meses antes de morrer.

Os pontos de vista e as preferências de Ian Curtis continuam a gerar especulações sobre as reais razões pelas quais terá cometido o suicídio. Há quem afirme que simplesmente quis morrer jovem, mas o facto é que Ian já era altamente perturbado durante a adolescência, com pensamentos e ideologias próprias de uma mente provavelmente já farta do mundo que conhecia.






Webgrafia




Reportagem de Maria Girão Sá



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