Entrevista a Marlon vocalista de Os Azeitonas

Mário Brandão, conhecido por “Marlon” é vocalista da banda “ Os Azeitonas”, da qual fazem parte também Miguel AJ, Nena e João Salcedo. São a primeira boys-band de garagem portuguesa e contam já com três álbuns lançados nos quais se distinguem êxitos como: “ Quem és tu miúda”?, “Um tanto ou quanto atarantado”, “Café Hollywood” e ainda “Anda comigo ver os aviões”.

O projecto começou em 2002 por uma brincadeira de amigos e rapidamente se tornou num manifesto sério que já move multidões. Para além deste projecto, Marlon tem desenvolvido esforços na área do “Deejaying”, onde mistura estilos como Funk, Soul e Hip-hop “old school”. Para além disso, nos últimos anos esteve ainda empenhado em terminar a sua licenciatura em Design Gráfico.

M.G : Olá Marlon. O que vos levou a escolher o nome “ Os Azeitonas” para a banda?

Marlon : Inicialmente, a banda surgiu por uma brincadeira, como a maior parte das bandas começam. Eu não fazia parte da formação inicial, à excepção do Miguel AJ e do João Salcedo. A banda começou a surgir numas férias de amigos em Ibiza, onde fazíamos uns certames e umas “jam-sessions” a troçar com algumas bandas. De repente, um dos elementos do grupo questionou sobre a possibilidade de fazer uma banda, de raiz, com o nome “ Os Azeitonas”. Portanto, o nome surgiu naturalmente, como quase todas as coisas da vida, a coisa foi crescendo e cá estamos!

M. G: Já se conheciam antes do projecto iniciar?
Marlon - Éramos todos amigos. Já conhecia o Miguel AJ e já tinha tido uma banda com ele em 1994, a qual só durou um concerto (risos). O Miguel AJ era baixista, na altura, e continua a sê-lo, apesar de nos concertos não tocar baixo, e só o toca nos seus tempos livres. A partir daí, ficámos amigos e mesmo sem banda éramos amigos…já nos conhecemos há algum tempo. Isto começou, então, da amizade para a banda, basicamente. 

M.G: Como se processou a primeira abordagem do Rui Veloso ao vosso trabalho?

Marlon : Há muitos anos que as famílias de Miguel AJ e de João Salcedo eram amigas do Rui Veloso. Assim se processou com mais facilidade o contacto com ele. Todavia, sem sabermos como, a nossa maqueta chegou-lhe as mãos e ele, como tinha uma editora chamada “Maria Records”, que entretanto já está extinta, achou por bem contactar-nos…foi assim que tudo começou.

M.G: Como classificam o vosso estilo?
Marlon : Somos um estilo que se aproxima ao Pop-Rock, Super-Pop, enfim, uma mistura de vários estilos.

M.G : O que é que vos inspira? Que tipo de bandas, mais concretamente?
Marlon : Inspiram-nos bandas como Beatles, Bob Dylan, Dire Straits, Bryan Adams, e muitos outros. Tudo no pop e no rock, basicamente.

M.G: Vocês têm participado já em grandes festivais como Marés Vivas, Rock in Rio, Felipop (Galiza) e outros. Como é que este projecto acabou por crescer tanto e  integrar estes festivais todos?
Marlon : Nós vamos tocando por aí, as pessoas vão ouvindo, vão-se interessando e temos sempre tido a ambição de ir tocando a cada vez mais locais e abordar cada vez mais outros públicos. Também temos apostado mais nas nossas carreiras e consecutivamente o nosso crescimento deve-se a isso mesmo.

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M.G: Os vossos concertos contam muitas vezes com a participação de outros artistas, como por exemplo, António Zambujo, que gravou convosco o hit “Anda comigo ver os aviões”. Por que razão convidam estes artistas?
Marlon : Acho fundamental haver intercâmbios, trocas de influências e amizade. Neste caso, o António é amigo de longa data do Miguel AJ e como é um dos melhores cantores portugueses da actualidade, achamos interessante convidá-lo para participar no nosso projecto. Infelizmente, não é muito reconhecido em Portugal, mas por mais irónico que pareça, é mais reconhecido no estrangeiro. Sempre falamos de uma reunião musical com o António e, como já éramos amigos de copos, tudo se proporcionou de forma mais fácil. É fundamental, para nós, estar sempre a convidar pessoas, pois ganha-se muita experiência, e como já disse, o intercâmbio é essencial.

M.G : Nena, a vossa menina da banda, esteve ausente durante seis meses, por motivos académicos. Como combateram a ausência dela?

Marlon - Foi diferente, foi diferente... Na altura que ela foi embora, também foi mais no inverno, quando era uma época de menos actividade e concertos. Algumas vezes substituímo-la pela Daniela Maia e criamos a vertente “Ambos os 3”, que foi uma versão mais acústica e intimista da banda, da qual fazíamos parte eu, o João Salcedo e o Miguel AJ, e já que ela estava ausente, aproveitamos para criar esse projecto, onde interpretamos as músicas de forma diferente, dando-lhes outros toques.

M.G : No passado dia 15 de Dezembro deram um concerto de casa repleta no Teatro Sá da Bandeira. Sentiram pertinente dar este passo? Porquê?
Marlon : Sim, sentimos, porque pensamos que gravar o próximo disco seria mais uma banalidade e então pensamos que faria sentido fazer um DVD ao vivo, onde não conta só o som, mas também as imagens, as entrevistas e o que vier mais. Foi, para nós, uma grande aposta, no sentido em que estamos a produzir uma coisa totalmente diferente e que esperamos que tenha uma recepção positiva, dadas as suas características. Acho que foi um passo natural…

M.G: Quanto tempo demorará o DVD a ser produzido e consecutivamente lançado?
Marlon : Antes do verão sairá, com certeza, este novo DVD e, deixa-me já referir, que este trará um fantástico extra que é o nosso último álbum “Salão América”, que não saiu em formato físico.

Para mais informações: http://www.osazeitonas.com/ ; www.myspace.com/osazeitonas ; Blog " Os Azeitonas "

Por: Miguel Garcia