sexta-feira, 30 de março de 2012

Reabilitação Urbana: A reabilitar o Porto

No centro histórico portuense habita o abandono e a degradação de um elevado número de prédios. Entre os habitantes da baixa, os bloguers portuenses, o trabalho de empresas públicas e projetos alternativos low-cost, traçamos um perfil da reabilitação urbana no Porto.


Quem visita o centro histórico do Porto, Património Mundial da UNESCOencontra uma nódoa: o abandono e degradação de um número elevado de edifícios. Situação agravada pelo afastamento social da baixa portuense: na última década, o Porto perdeu, em média, sete habitantes por dia. A cidade perdeu quase 10 por cento da população residente, em benefício da Área Metropolitana, que cresceu 2 por cento.


Irene Almeida ainda tem esperança que lhe restaurem a casa

Irene Almeida, 66 anos, percorre a rua de Belomonte há quase meia década. Quando casou-se, veio viver para a casa dos sogros, onde criou os três filhos. Com o passar do tempo, os danos na casa foram aumentando. A sexagenária receia o aumento da renda, daí não exigir ao proprietário do edifício a realização de ações de restauro. O casal paga uma renda, pertencente a um contrato antigo, de 3.24 euros. Atualmente, existem em Portugal, 255 mil contratos de rendas antigas: 44 por cento destes contratos pagam uma renda inferior a 50 euros, e 65 por cento das rendas pertencem a pessoas com mais de 65 anos.


O Porto e o Porto Vivo
Portugal ostenta uma das taxas mais baixas de reabilitação na Europa: representa apenas 8 por cento do setor da construção, bem longe dos 30 por cento da Alemanha e da Itália.

Atualmente, no núcleo histórico da cidade (composto pelas freguesias de Miragaia, São Nicolau, Sé e Vitória), existem 9.314 mil residentes, menos 3.904, que em 2001. O número total de edifícios passou de 3.097, para 2.853. E quanto à contabilização das famílias, passaram de 8.633, em 2001, para 8.372, em 2011.

O Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto (SRU), é o principal responsável pela reabilitação urbana da baixa portuense. A instituição é formada de capitais públicos - 60 por cento do Estado e 40 por cento da Câmara Municipal do Porto - que realiza uma ação permanente de vigilância dos edifícios em pior situação.

O Regime Jurídico da Reabilitação Urbana

Projectos alternativos e low-cost

Na cidade começam a surgir vários projetos de reabilitação alternativa: arquitetura bottom-up (reabilitação de pequena escala) e low-cost (de baixo custo). A SWark é uma empresa de Consultoria de Arquitetura, um serviço personalizado, para quem possui ou pretende investir num edifício para reabilitar no centro histórico do Porto. A empresa portuense negoceia, trata do projeto, licenciamentos e impostos. 
Reabilitar edifícios a custo zero é o que pretende José Paixão, do Arrebita!Porto. O arquitecto, de 28 anos, abandonou Viena, e começou a desenvolver o projeto no Porto, a cidade natal. O Arrebita!Porto é uma associação, sem fins lucrativos, onde estudantes de arquitetura ou engenharia trabalham com materiais doados por empresas. Os estudantes têm uma “experiência” prática e as empresas são publicitadas e deduzem os gastos no IRC.





Mais iniciativas alternativas no Porto:

Nos últimos anos têm surgido vários sites e blogues com o objetivo de serem um espaço de debate sobre o Porto e a reabilitação urbana portuense. Uma espécie de jornalismo de cidadão, onde são publicadas notícias, críticas e sugestões sobre a cidade. Os responsáveis da SSRU – Sociedade Secreta de Reabilitação Urbana, apontam a demagogia e a burocracia, como os dois fatores reponsáveis pelo avolumar da degradação urbana portuense. A demagogia relaciona-se com o pensamento “tacanho e irresponsável de não intervenção em propriedade privada, nem mesmo nos casos em que se encontra classificado como Património da Humanidade, de Interesse Público ou Municipal”. Quanto à burocracia, a existência de uma excessiva legislação “errada e desadequada a um centro histórico como o do Porto”. 
Tiago Azevedo Fernandes, criador do site A Baixa do Porto apresenta uma posição desconfiada face à reabilitação low-cost. “Os eventuais voluntários ficam a conhecer o meio, os problemas, as pessoas, para mais tarde fazerem um projecto "a sério", mas este método não é minimamente viável para dez edifícios, cem edifícios, mil edifícios”. Um dos colaboradores no blogue, David Afonso, defende que o setor é um nicho com condições para crescer, “mas não salvará, por si só, a nossa economia e para se ressuscitarem as cidades, infelizmente, não basta cuidar do património edificado. É preciso saber habitá-las”.



quinta-feira, 29 de março de 2012

A geração que luta para não estar à rasca


  Com a economia em recessão, os jovens portugueses procuram no estrangeiro as oportunidades que em Portugal escasseiam. É preciso recuar 50 anos para se registar  um fluxo migratório idêntico. O objectivo, contudo, é o mesmo que motivou os emigrantes na década de 60:  A fuga de um país estagnado e em crise na procura de uma solução para as suas vidas.

“É assustador o número  de jovens qualificados que abandonam o País”. A frase é da autoria do deputado PS Paulo Pisco e espelha a realidade com que o país se confronta na actualidade .
 Hoje em dia fazer as malas , deixar a casa e a família e rumar a outro país é cada vez mais fácil ou, simplesmente a única opção. Tem aumentado o numero de jovens instruídos que abandonam o país porque não encontram opções de empregabilidade dentro de portas.
      Paulo Rodrigues , de 26 anos , é um destes jovens , que para não ficar em “casa dos pais” , abandonam o seu país . “Estou a trabalhar em Londres há 2 anos” diz Paulo. Natural de Leça da Palmeira e licenciado em Engenharia Civil. Em Portugal , a sua situação não era pacífica pois  não obtia respostas afirmativas na procura de um emprego. Depois de estar um ano parado em Portugal , um amigo em Londres sugeriu-lhe uma proposta de trabalho na empresa onde já trabalhava. Paulo nem pestanejou. “No dia seguinte já estava no Aeroporto para apanhar o avião”.    
     O seu primeiro emprego em terras de sua majestade foi numa empresa de peixe mas foi de pouca duração, visto que surgiu uma oportunidade mais tentadora numa empresa de distribuição de gelo, mas não é o único, com ele trabalham mais seis portugueses. “Só o patrão é que é inglês” afirma. Segundo  o próprio a  qualidade de vida não tem comparação possível, já que ganha o salário mínimo nacional em apenas uma semana de trabalho: “Era impensável eu em Portugal ter este nível de vida .
    Num país onde a taxa de desemprego dos jovens portugueses até aos 25 anos é de 21,3 por cento , muitos são aqueles que como Paulo tentam a sorte no estrangeiro. Um estudo realizado pelo o Jornal Público revelou que , no ano de 2010 , um em cada dez licenciados optou por emigrar. Nos dias de hoje já há portugueses a exercer cargos de prestígio nos Países de emigração.
    É o caso de Diana Felgueiras, de 27 anos , natural de Vila do Conde e licenciada em Biologia. Diana foi para  Chicago em 2008, “vim para cá fazer o meu doutoramento na área do cancro do colo do útero”. Diana trabalha actualmente no laboratório da Universidade de Chicago “Tenho a felicidade de fazer aquilo que gosto . Tem sido bastante enriquecedor a todos os níveis” . A data do regresso não está prevista. “Voltar a Portugal não faz parte dos meus planos, gosto muito de viver cá para alem de já ter uma vida consolidada . Aliás acho que, face ao actual estado do país o caminho é precisamente sair. Vai ser cada vez mais uma opção para os portugueses”.

 Diana Felgueiras emigrou para Chicago, e é um dos muitos casos de jovens portugueses a trabalhar no estrangeiro.




Dois grandes movimentos migratórios


 


    É preciso recuar 50 anos para se registar um êxodo tão grande como agora. Muito mudou desde então , porém, em comum tem um aspecto: a fuga do país pelas fracas condições financeiras e pela  ausência de perspectivas que encontram no país. A diferença reside essencialmente no grau de instrução dos emigrantes da década de 60 quando comparado com os dos dias de hoje.
O Brasil têm registado um aumento significativo no que à emigração de jovens qualificados diz respeito , nos últimos dois anos
  
    Hoje em dia, Portugal tornou-se num país alvo para o recrutamento de profissionais qualificados que aliado à vontade de grande parte da população jovem ter o desejo de emigrar resulta no segundo maior movimento migratório que Portugal registou na sua história.





Feira de Artes e Ofícios "Artesanatus"

O artesanato invade o coração da cidade


Na cidade do Porto teve lugar a 9ºedição da “Artesanatus”, Feira de Artes e Ofícios. A praça D.João I foi o palco escolhido para este evento.


A tenda gigantesca e cristalina da “Artesanatus”, salta facilmente à vista de cada um, numa das praças mais importantes da cidade portuense.


Este certame é todos os anos administrado e promovido pela Associação de Artesãos da Região Norte (AARN), sendo um dos mais importantes eventos deste sector a nível nacional. Leandro Coutinho é o presidente desta associação, o organizador desta feira, e também o presidente da federação portuguesa de artesanato.

Para Leandro Coutinho, a crise que se tem vivido, não se notou como seria de esperar no inicio deste evento, mesmo que já tenha tido anos melhores e com mais adesão.

”Curiosamente, em termos gerais, a crise não se tem verificado”, afirmou Leandro Coutinho.


Neste evento, já conceituado da cidade do Porto, estiveram presentes criadores tradicionais e contemporâneos que mostraram variadíssimos artigos de excelência relativos às mais diversas vertentes do artesanato português tais como: azulejaria, cerâmica, ourivesaria, tecelagem, bordados, brinquedos e marionetas, mobiliário para crianças.

Sofia Ribeiro, uma das participantes da feira, tinha a sua banca dedicada, essencialmente, às crianças, com brinquedos e marionetas. Esta artesã dedica, exclusivamente, a sua vida ao artesanato e tal como Leandro Coutinho mostrou-se optimista em relação à eventual crise.


”Mesmo em tempos de crise, tem havido uma boa afluência por parte das pessoas” disse Sofia Ribeiro


O público que ao longo dos anos visita a feira mostra sempre grande curiosidade por tudo aquilo que está exposto em cada banca. Durante os 23 dias de “Artesanatus” foram, mais ou menos, 90 mil, os visitantes deste evento, em que uma boa percentagem adquiriu alguma coisa. Aquilo que condicionou mais a compra foi sem dúvida a crise apesar da opinião optimista do organizador do evento e de um dos participantes. Notou-se uma certa divisão na opinião, em relação a esta fase menos boa que a sociedade vive em termos de problemas económicos, também em relação aos visitantes.






                                                        Enquanto uns compravam…





                                                  …outros simplesmente olhavam.


Joaquim Pinto foi um dos visitantes da feira. Este tipo de eventos não é novidade para ele e salienta a pertinência da data: “habitualmente visito este tipo de feiras e considero que é uma excelente oportunidade para o artesanato português se expandir, aliada à época natalícia, que torna o evento ainda mais apelativo.”


A delicadeza do momento a nível económico e a necessidade de poupar não foi esquecida por Joaquim. “Os tempos complicados fazem com que haja uma maior contenção na compra.

Para o próximo ano pretendo, naturalmente, voltar”, admitiu.


De uma forma geral, a edição de 2011 da Feira “Artesanatus” foi um sucesso, conseguindo combater a crise e ter um número bastante simpático de visitantes. “O balanço foi positivo e em alguns casos, excedemos as nossas expectativas” referiu Leandro Coutinho.


O organizador do evento prometeu nova realização da Feira.”Para o ano há mais.”


Por: Gonçalo Silva

Sr. Reitor, por favor...

Gostaria de apresentar a minha insatisfação com o elevado preço dos exames de recurso bem como as melhorias que tanto nos poderiam ajudar para a nossa média final e que por motivos financeiros nos impedem. Era também aconselhável um atendimento telefónico para a secretaria mais acessível e rápido, sem o longo tempo de espera que muito “cansa” para todas as pessoas que tentam entrar em contacto.


Relações Internacionais, 3ºano

Promoção de concertos em Portugal

Os preços dos concertos aumentarão, caberá às pessoas escolher aqueles que sabem que são realmente especiais.”






A promoção de concertos em Portugal constitui-se, como em qualquer outro país, por promotoras ditas “mainstream”e outras de cariz mais alternativo. André Mendes, 28 anos, fundador da promotora Amplificasom e igualmente envolvido, sempre que necessário, em eventos de grande magnitude, explica detalhadamente como ambas funcionam, dando também uma perspectiva pessoal em relação à sua própria promotora.

Jorge Alves: Como fundador da Amplificasom, uma pequena promotora de espectáculos, e assistente de produção em eventos musicais de maior dimensão, como é ,para si , trabalhar nas duas vertentes da mesma área?
André Mendes: Considero a Amplificasom uma promotora que, apesar de ser menor do que a Everything Is New ou a Música no Coração, é bastante única e distinta naquilo que organiza e produz. Quanto ao "assistente de produção", a minha participação noutros eventos é sempre como amigo e com o objectivo de dar uma mão. Há muito trabalho invisível da própria Amplificasom que não passa nem pode passar cá para fora, mas de qualquer maneira são áreas diferentes e é na promotora que me revejo, claro.

JA: Na sua opinião, haverá possibilidade para promotoras como a Amplificasom ou a Lovers And Lollypops, singrarem no nosso país ?
AM: A Amplificasom e a Lovers são promotoras conhecidas não só em Portugal mas lá fora também. São únicas no que fazem e trabalham com bandas e músicos internacionalmente reconhecidos. Se nos referirmos ao mainstream, nunca foi a nossa intenção e não vejo como encher um Pavilhão Atlântico com uma Britney Spears ou algo do género é mais importante do que encher o Plano B com as Nisennenmondai, por exemplo. O objectivo é sempre aprender mais para continuar a crescer, mas a Amplificasom nunca será nem quer ser mainstream.

JA: Nos últimos dois anos, o festival Milhões de Festa , organizado pela Lovers And Lollypops, tem -se tornado cada vez mais popular. Acredita que a recepção positiva deste evento barcelense levará a que as pessoas prestem mais atenção a outros eventos com bandas mais desconhecidas?

AM: Não creio. Antes duma Lovers ou duma Amplificasom já existiam promotoras como a Mouco, Esquilo ou Soopa a oferecer alguns dos melhores concertos que eu vi na minha vida.

Piscina do festival Milhões de Festa. Em franco crescimento desde 2010, apesar de já se realizar antes. Em 2011 recebeu 3.500 pessoas.

JA: No passado mês de Outubro, a Amplificasom organizou a primeira edição do seu próprio festival, o Amplifest, que teve lugar no Hard Club. A nível de apoios, nomeadamente financeiros, quais são as principais diferenças entre um festival como este e outros mais reconhecidos como o Rock In Rio ou o Optimus Alive?

AM: Não existem apoios. Mas não somos de nos queixarmos, fazemos o que queremos e quando queremos. O Amplifest, por exemplo, foi o resultado de muita dedicação e sacrifício. Foi óptimo no sentido de os concertos terem corrido bem e de o evento ter sido elogiado, mas não foi uma tarefa fácil organizá-lo.

JA: Considera que os elogios às organizações mais modestas têm fundamento, ou estão as grandes promotoras a serem injustiçadas?

AM: Mais uma vez, só posso falar por nós e há certos valores pelos quais nos guiamos. Se nos elogiam é sinal que estamos no caminho que deveríamos estar.



Cartaz de uma digressão com data no Hard Club no Porto. Na véspera, a promotora Prime Artists anunciou o cancelamento deste, o que provocou reacções negativas por parte de muitos fãs das bandas envolvidas no cartaz

JA: Outra característica apontada às grandes promotoras é a competição entre elas, sobretudo quando se trata de festivais de Verão. Acontece o mesmo entre as promotoras de menor dimensão?

AM. Aqui no Porto as promotoras unem-se, mas a concorrência quando justa é sempre saudável.

JA: Uma crítica que muitos fãs de músicas fazem aos festivais mais "mainstream" é o facto de estes nunca colocarem bandas desconhecidas ao lado das atracções principais. No futuro, poderá a situação mudar ou serão sempre as entidades promocionais mais alternativas a trazerem esse tipo de bandas a Portugal?

AM: Há espaço para todo o tipo de eventos, mas o importante é queixarmo-nos menos e apoiarmos mais.















Por: Jorge Alves

Desemprego: Uma realidade atual

A taxa de desemprego sobe a cada dia que passa. Não só em Portugal, mas também na Europa e no resto do mundo. Vladimir Teixeira e Maria Oliveira são dois dos milhares de afetados pelo problema em Portugal.
O número de inscritos no centro de emprego sobe diariamente



“É muito complicado estar numa situação de desemprego com três filhos a estudar” refere Maria Oliveira (nome fictício) com tremura na voz. Com 53 anos, mãe de três filhos e moradora na periferia do Porto, mais concretamente em Ermesinde, não quis revelar o nome, apesar de não ser alheia à situação de desemprego que afeta o país. Maria, como lhe chamámos, afirma ser difícil sustentar a situação, “só com o [meu] marido a trabalhar é complicado suportar todas as despesas de casa, alimentação, vestuário e escolares”. Maria partilha esta realidade com milhares de portugueses que, tal como ela, não têm trabalho e vivem com apenas um ordenado e da caridade de familiares e amigos.

Dona de uma postura derrotada, a mãe de família declara “desde que fechei o café que nunca mais consegui arranjar nada e já ando há oito meses à procura de qualquer coisa”.

“Devia ter estudado mais”

Maria insere-se não só nos 12,4% da população desempregada mas também nos 10,8% de indivíduos do sexo feminino que terminaram apenas o 1º ciclo do ensino básico. Sobre o assunto Maria referiu que “eu sei que devia ter estudado mais. As pessoas que não seguem os estudos têm depois mais dificuldade em arranjar emprego”.

“Cada vez mais é preciso pensar no futuro a nível profissional”

Vladimir Teixeira, de 26 anos, é cidadão angolano e tem também nacionalidade portuguesa. Está desempregado desde Junho de 2011, sendo a sua última entidade empregadora o Clube de Basquetebol de Penafiel. Quando questionado sobre o motivo do fim do contrato responde com amargura que a razão foi “o incumprimento do clube no pagamento dos meus salários, por dois meses". Confessa também que “felizmente” não precisa de trabalhar ou procurar emprego no momento pois recebe uma bolsa de estudo do governo angolano.
Enquanto Maria vê o futuro com olhos de quem já viveu muito e pouco espera, Vladimir tem uma perspetiva diferente. Finalista do curso de Ciências da Comunicação e da Cultura na Universidade Lusófona do Porto, o rapaz de sorriso aberto que já teve um livro de poemas à venda na FNAC, está ainda indeciso sobre se fica em Portugal ou regressa ao país natal quando completar a licenciatura. “Gosto de viver na Europa, mas ao fim de tantos anos por estas bandas, cresce em mim um desejo de regressar a minha terra, de viver o meu país. Vladimir revela-se também desiludido com a conjuntura vivida em Portugal e na Europa “Angola hoje é considerada uma potência em emergência, um país com um potencial económico quase ilimitado. Ao passo que Portugal se encontra mergulhado numa crise económica profunda, acabamos de receber ajuda externa e panorama futuro não se adivinha nada risonho. E o reflexo de tudo isso é o aumento da taxa de desemprego e o desinvestimento em todos os sectores da sociedade".  

Veja no Instituto Nacional de Estatística dados recentes sobre o desemprego em Portugal e compare com os dados da Eurostat que abrangem a Europa a 27.



Facebook o fenómeno...


O que começou por ser um site restrito criado por um jovem universitário para conquistar raparigas atingiu um êxito avassalador. Este negócio dividiu um grupo de amigos da universidade de Harvard e transformou um dos cofundadores, Mark Zucherberg, num multimilionário.

Com mais de 800 milhões de utilizadores (equivalente a 9% da população mundial), se o Facebook fosse considerado um país, seria o terceiro mais densidade populacional, ultrapassado somente pela China e pela Índia.
O site permite criar um perfil próprio, onde cada pessoa pode partilhar dados pessoais, fotografias, vídeos e desabafos do dia a dia. Aqui, a interacção entre utilizadores é soberana, pelo que tudo o que é partilhado no Facebook fica visível para todos os "amigos" na rede, que podem expressar a sua opinião acerca do conteúdo, comentar e partilhar. É um espaço privilegiado para reencontrar antigos amigos, comunicar com familiares e, até ocupar algum tempo livre.

Mas nem só de "amigos" vive o Facebook. A braços com problemas com a sua política de privacidade e debaixo do escrutínio de todos, o certo é que os utilizadores não abandonam o Facebook e a empresa vale, hoje em dia, biliões de euros.

quarta-feira, 28 de março de 2012

A Rede Social que ligou o Mundo

 Antonio Soares

O filme retrata como surgiu uma das redes sociais mais usadas atualmente e que conquistou o mundo: o Facebook.
Centrado em Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg que lhe valeu a indicação de melhor ator no Globo de Ouro 2011). Ele acaba por destacar-se como estudante de pós-graduação em Engenharia de Software na Universidade americana de Harvard. Zuckerberg, em 2003, tem uma grande ideia, criar uma página da internet que viria a ser o protótipo do que é hoje em dia mundialmente conhecido como Facebook. Desde então, sua vida e de seus amigos que lhe ajudam na empreitada muda radicalmente. Ele terá que enfrentar várias adversidades para conseguir levar a frente em seu projeto (ele terá problemas na universidade, com amigos e colegas de Harvard, e até com a justiça), quase com uma fé inexplicável em sua ideia inicial.
O filme acaba por nos explicar que não há sucesso sem dor. Tudo tem o seu preço, seja a arte, seja a visão do futuro, seja a espécie de adivinhação que certas pessoas possuem para arranjar soluções, ou tecnologia ou ciência. O subtítulo é sugestivo: ninguém tem 500 milhões de amigos sem ter alguns inimigos. O que se quer dizer é que ninguém obtém sucesso sem muito esforço e sem muito sofrimento.




FACEBOOK: o site que mudou as vivências humanas


Em Portugal, 97% dos utilizadores de redes sociais têm um perfil no Facebook. O site que, em fevereiro de 2012, tinha mais de 845 milhões de inscrições por quase todo o mundo. 



Dar às pessoas o poder de partilhar e tornar o mundo mais aberto e ligado é a missão 'auto-assumida' do Facebook. A rede social mais popular do mundo foi criada, em 2004, no dormitório da Universidade de Harvard, pelo estudante Mark Zuckerberg e os colegas Eduardo Saverin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes. 

Inicialmente, a utilização do site estava confinada aos estudantes de Harvard (que ali partilhavam as experiências universitárias e conheciam novas pessoas), mas em pouco tempo disseminou-se mundialmente. O Facebook fez com que, pela primeira vez, a maioria dos internautas deixassem de estar espalhados pelo espaço virtual e convergissem num único lugar.


Esta rede social permite criar um perfil pessoal, trocar mensagens, adicionar outros usuários e partilhar fotos, vídeos, links, entre outras coisas. Todas as vivências sociais são, assim, transportadas do mundo real para o virtual.


Apesar do sucesso do site, este não deixa de estar envolto em polémica. Aquando da fundação, três estudantes de Harvard, reclamaram a 'paternidade' do Facebook, acusando judicialmente Zuckerberg de lhes roubar a ideia. Para além disto, já aconteceram casos ligados à violação de privacidade, despedimentos laborais e até suicídios.



Sara C. Branco

terça-feira, 27 de março de 2012

O que o Facebook devia ter sido


O Facebook é uma das redes sociais que mais popularidade alcançou. E não são só os mais jovens a possuir conta nesta rede: adultos, crianças e até idosos estão online.
Mas, quando Mark Zuckerburg criou o Facebook, estava à espera disto?

A resposta é NÃO.

Mark Zuckerburg era aluno em Harvard e pretendia criar um site de acesso limitado. A ideia era ter acesso a fotografias dos colegas sem ter de as tirar dos livros de curso. Dessa forma, as fotografias seriam colocadas de livre vontade à disposição de quem fosse aceite como «Amigo».

Milhares de códigos permitiram a Mark criar uma rede única, sem concorrência e, segundo o que alguém diz no filme «The Social Network» (clicar para ver o trailer), «viciante». Com o aumento de popularidade, veio a expansão e adaptação do Facebook (que, de início, se chamava thefacebook).

Hoje, o Facebook tem milhões de utilizadores em todo o mundo e permite adicionar amigos, partilhar informação e fotografias, jogar, instalar vários tipos de aplicações, falar em tempo real com os amigos através da escrita, e muito mais.





Por: Jessica Santos

sexta-feira, 23 de março de 2012

Ipsis Style - Susana Silva






Nome: Susana Silva
Idade: 20
Curso: Comunicação Audiovisual e Multimédia
Cidade de Origem: Santo Tirso



Pessoa com mais estilo de sempre? Não dou muita importância ao indivíduo, por isso, não há uma pessoa que consiga destacar como a que tem mais estilo. Para ser sincera, não reparo muito na roupa das pessoas.

Última peça de roupa que comprou? T-shirt branca com bolas pretas e gola de boneca da Zara.

Se tivesse dinheiro ilimitado, onde ia fazer compras? continuava a comprar nos mesmos sítios, mas... o mundo todo chega-me!

por Sílvia Silva

quinta-feira, 22 de março de 2012

Ofícios sem tempo


Sapateiros, distribuidores de pão, merceeiros que vendiam o vinho a quartilho, engraxadores de sapatos na rua... São ofícios que ficaram para trás. 

Laura Vieira, 67 anos, distribuiu pão fresco, todas as manhãs, ao longo de mais de 30 anos.

Anos 70, arredores de Vila Nova de Gaia. Aos 30 anos, fazer tapetes não era suficiente e a oportunidade veio na hora certa. Os dias começavam agora às cinco da madrugada. A caminhava ía das seis às das nove horas da manhã.

Isabel Babo-Lança, socióloga, explica que «nos anos 70 o país vivia miseravelmente pobre, fechado, sem liberdades, sob o regime fascista e a guerra colonial em África, que depauperava o já muito frágil tecido laboral.» A abertura à técnica demorou.

Os clientes surgiram com o tempo. Nos melhores anos, chegou a vender 90 dúzias de pão por dia. Uma quantidade respeitável.


Entretanto, a chegada das padarias fez-se sentir. As quantidades encomendadas reduziram para metade.


Laura fica agora por casa, a descansar e a gozar a reforma.


Quando se quer o trabalho que escasseia
A saudade é o que fica quando se deixa de fazer o que se gosta. Uns quarteirões adiante da casa de Laura, está Júlio, 82 anos, ao portão. Está, acompanhado pela esposa, Maria Matilde, à conversa com um vizinho. «Eu queria era trabalhar», queixa-se o sapateiro.

Foi na tropa que aprendeu o ofício. Agora, a prática de usar e deitar fora faz com que os clientes escasseiem. Isabel Babo-Lança esclarece que isso se deve à «lógica do consumo e da efemeridade.»
A meio da conversa com Júlio, aparece um jovem com sapatos para consertar. «Amanhã está pronto». A reforma não existe para o sapateiro. «Naquela altura não se descontava.» Por isso, vive dos trabalhos que faz e da reforma da mulher. 


Maria Matilde queixa-se da monotonia da falta de trabalho.



Laura deixou a profissão quando chegou à idade da reforma, já lá vão dois anos. Se voltasse atrás, faria tudo o que fez. «Gostava de caminhar, distribuir o pão, convivia com pessoas, e ainda costurava.»  Agora, entretém-se a fazer tapete, de vez em quando. 

Gumbusters


 

Uma chiclete custa 5 cêntimos, removê-la pode custar 35

A remoção de uma pastilha elástica exige uma máquina própria
e demora cerca de seis segundos  

 
Jorge Martins, de 32 anos, é formado em Engenharia do Ambiente. No ano 2008, numa altura em que a economia mundial começou a entrar em recessão, avançou com alguns sócios na criação da Purigi. A empresa atua na área das limpezas urbanas e industriais e presta um serviço curioso: a remoção das incómodas pastilhas elásticas do pavimento.

 
Renata Costa: Como surgiu o conceito Gumbuster?
Jorge Martins: Esta técnica nasceu na Holanda em 1998, mas foi comprada por uma empresa inglesa. A tecnologia é já utiliza em todo o Mundo, e há três anos chegou a Portugal.

 
RC: Porque acharam que esta ideia resultaria em Portugal?
JM: Primeiro porque no nosso país não existe um ecoponto próprio para colocar as pastilhas elásticas e acho que os cidadãos carecerem de civismo. É que 60 a 70 por cento das pessoas que mastigam pastilhas, não as deitam depois num caixote de lixo. As pastilhas elásticas descartadas, assim como, os graffitis representam uma problemática de limpeza em todos os locais públicos. Para além do aspecto visual negativo causado a estes locais, o impacto económico e ambiental dos métodos de limpeza atualmente utilizados é significativo.
RC: Explique em que consiste a empresa Purigi?
JM: A Purigi é uma empresa de limpezas industriais, que trouxe para o mercado nacional tecnologias revolucionárias e eco sustentáveis que permitam obter os melhores resultados nas várias áreas da limpeza.
 Nós não prestamos somente serviços de limpeza, também fornecemos equipamentos para o mesmo efeito. A exclusividade destes equipamentos é, sem dúvida, um factor competitivo e estamos concentrados na divulgação dos produtos e serviços da Purigi. 

 
RC: O preço da remoção de uma pastilha elástica é sete vezes superior ao custo da pastilha mais barata?
JM: Sim, o preço da remoção de uma pastilha elástica é de 35 cêntimos, ou seja, é superior ao da própria chiclete. Mas nos contratos para grandes áreas posso orçamentar preços mais reduzidos. Todavia, prefiro não revelar valores.

 
RC: Em que consiste a técnica de remoção das pastilhas elásticas?
JM: É inserido um vapor de água seco, que acaba por amolecer a pastilha elástica. Esta, com a acção de um produto químico especialmente desenvolvido para o efeito – é biodegradável e tem um PH neutro, não ferindo o pavimento – que acaba por desfazer a pastilha elástica com o auxílio de uma escova. A técnica GumBusters desenvolvida particularmente para o efeito, pode ser usada em praticamente todas as superfícies, incluindo asfalto, cimento, pavimento, pedra natural, na maioria das alcatifas e outras superfícies de espaços interiores.

 

 
As pastilhas elásticas deitadas no chão dos espaços públicos são um problema.
 
RC: Quais as entidades às quais a Purigi já prestou serviço?
JM: Os nossos serviços são procurados por câmaras municipais e instituições privadas com o intuito de reduzir as manchas que se acumulam nos passeios. O nosso melhor cliente foi, sem dúvida a Câmara de Lisboa, cidade onde foram retiradas do chão 750 mil pastilhas elásticas. Apesar de ser bom para a minha empresa, o facto de haver falta de civismo nas ruas da capital é evidente.

 
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Por: Renata Costa

A advogada que dá cartas no poker


Catarina Santos diz que o poker ajudou o seu autocontrolo, o que é fundamental para acompanhar os processos na barra do tribunal
Antonio Soares
Entre o poker e o escritório de advocacia, entre os torneios e os processos de clientes. É assim que têm sido os últimos três anos de Catarina Santos, uma jovem advogada de 28 anos que trabalha no escritório do Porto da sociedade João Nabais e Associados.

 
Regra número um do poker: não demonstrar emoções, ser fria e impassível. Difícil? Catarina Santos diz que é uma questão de autocontrolo e de levar as coisas com calma. Afinal, é isso que faz na barra do tribunal. “Não entregamos os nossos trunfos à primeira, avançamos no momento certo.”, avança Catarina.
Entre o poker e o escritório de advocacia, entre os torneios e os processos dos clientes. É assim que têm sido os últimos três anos de Catarina Santos, uma jovem advogada de 28 anos que trabalha no escritório do Porto da sociedade João Nabais e Associados. Catarina alcançou o primeiro lugar num torneio do Spanish Poker Tour de Aranjuez, o que significou cerca de 45 mil euros. Foi a primeira mulher e a primeira portuguesa a consegui-lo. Durante três dias foi jogar quase sem parar. No final, confessa, estava muito esgotada. “Ao meio do dia sentia a cabeça a latejar.” Mas hoje é com largo sorriso que reconhece ter sido “um marco”.
 
Regra número dois: empenho, auto-determinação, rapidez de raciocínio e perspicácia. “Às vezes há cinco segundos para reagir”, diz a advogada. Catarina admite que algumas daquelas capacidades são inatas, mas também não tem dúvidas de que o poker ajudou muito a sua personalidade. O poker é uma história recente na vida de Catarina. Depois de terminar o curso de Direito na Universidade de Coimbra, regressou a Santo Tirso, onde vivia com os pais. Antes de Direito, ainda pensou em seguir Educação Física, porque sempre adorou desporto, mas depressa chegou à conclusão de que só lhe restaria ser professora. Optou então por uma área mais abrangente. “O curso correu bem. Se voltasse atrás, faria a mesma coisa.” Termina a licenciatura em 2000 e começa a enviar currículos para fazer o estágio. E foi nesse tempo menos ocupado que os amigos lhe apresentaram o jogo. No início, os pais acharam estranho. Até lhe disseram qualquer coisa como “sempre foste responsável e agora deu-te para isso?”. Mais tarde, acabariam por apoiá-la.

Fica aqui o vídeo do programa "Las Vegas Experience", apresentado pela Catarina Santos na SIC Radical.



 
Quem quiser dar os primeiros passos na prática do poker, Catarina Santos é uma das professoras no site: http://www.educapoker.pt

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