quinta-feira, 22 de março de 2012

A advogada que dá cartas no poker


Catarina Santos diz que o poker ajudou o seu autocontrolo, o que é fundamental para acompanhar os processos na barra do tribunal
Antonio Soares
Entre o poker e o escritório de advocacia, entre os torneios e os processos de clientes. É assim que têm sido os últimos três anos de Catarina Santos, uma jovem advogada de 28 anos que trabalha no escritório do Porto da sociedade João Nabais e Associados.

 
Regra número um do poker: não demonstrar emoções, ser fria e impassível. Difícil? Catarina Santos diz que é uma questão de autocontrolo e de levar as coisas com calma. Afinal, é isso que faz na barra do tribunal. “Não entregamos os nossos trunfos à primeira, avançamos no momento certo.”, avança Catarina.
Entre o poker e o escritório de advocacia, entre os torneios e os processos dos clientes. É assim que têm sido os últimos três anos de Catarina Santos, uma jovem advogada de 28 anos que trabalha no escritório do Porto da sociedade João Nabais e Associados. Catarina alcançou o primeiro lugar num torneio do Spanish Poker Tour de Aranjuez, o que significou cerca de 45 mil euros. Foi a primeira mulher e a primeira portuguesa a consegui-lo. Durante três dias foi jogar quase sem parar. No final, confessa, estava muito esgotada. “Ao meio do dia sentia a cabeça a latejar.” Mas hoje é com largo sorriso que reconhece ter sido “um marco”.
 
Regra número dois: empenho, auto-determinação, rapidez de raciocínio e perspicácia. “Às vezes há cinco segundos para reagir”, diz a advogada. Catarina admite que algumas daquelas capacidades são inatas, mas também não tem dúvidas de que o poker ajudou muito a sua personalidade. O poker é uma história recente na vida de Catarina. Depois de terminar o curso de Direito na Universidade de Coimbra, regressou a Santo Tirso, onde vivia com os pais. Antes de Direito, ainda pensou em seguir Educação Física, porque sempre adorou desporto, mas depressa chegou à conclusão de que só lhe restaria ser professora. Optou então por uma área mais abrangente. “O curso correu bem. Se voltasse atrás, faria a mesma coisa.” Termina a licenciatura em 2000 e começa a enviar currículos para fazer o estágio. E foi nesse tempo menos ocupado que os amigos lhe apresentaram o jogo. No início, os pais acharam estranho. Até lhe disseram qualquer coisa como “sempre foste responsável e agora deu-te para isso?”. Mais tarde, acabariam por apoiá-la.

Fica aqui o vídeo do programa "Las Vegas Experience", apresentado pela Catarina Santos na SIC Radical.



 
Quem quiser dar os primeiros passos na prática do poker, Catarina Santos é uma das professoras no site: http://www.educapoker.pt

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