quinta-feira, 31 de maio de 2012


Fotografia: Digital ou Analógica



As opiniões dividem-se.




Atualmente tudo evolui rápido devido aos avanços tecnológicos.

No caso da fotografia isto não é exceção.




A História


Joseph Nicéphore Nièpce
A fotografia não é a obra final de um único criador.     
A primeira fotografia reconhecida é uma imagem produzida em 1826 pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, numa placa de estanho coberta com um derivado de petróleo fotossensível chamado Betume da Judeia.
A imagem foi produzida com uma câmara, sendo que, foram exigidas cerca de oito horas de exposição solar.
Nièpce apelidou o processo de "Heliografia" como sendo uma gravura com a luz do Sol.


Paralelamente Daguerre, produzia com uma câmara escura, efeitos visuais num espetáculo chamado "Diorama".

Louis Daguerre
Daguerre e Niépce vieram mais tarde a formar uma sociedade com um objetivo comum, o desenvolvimento de novos métodos fotográficos.
Após a morte de Nièpce, Daguerre desenvolveu um processo com vapor de mercúrio que reduzia o tempo de revelação de horas para minutos, sendo este processo denominado de daguerreotipia.
Por outro lado, o britânico William Fox Talbot, sabendo das descobertas de Daguerre, em 1839, decide tornar público um processo diferente, por si desenvolvido, com o objetivo de passar ele mesmo por inventor da teoria, de certa forma com receio que o francês o “apanhasse” na descoberta.
Este processo teve como nome, Calotipo. Consistia no uso de folhas de papel cobertas com cloreto de prata, que posteriormente eram colocadas em contacto com outro papel, produzindo a imagem positiva. Este processo seria, então, muito parecido com o processo fotográfico actual.
                  William Fox Talbot
A fotografia iniciou-se 
como produto de consumo a partir de 1888. 
Através das câmaras em formato caixa, a empresa Kodak utilizou uma campanha de marketing baseada em convencer as pessoas de que poderiam, através destas câmaras, tirar quantas fotografias quisessem, utilizando rolos descartáveis que seriam posteriormente revelados.
Desde este acontecimento que se assiste no mercado fotográfico a uma série de crescentes evoluções.
Atualmente, as câmaras analógicas têm sido dadas como um produto antigo.
A era digital veio não só diminuir tempos de relevação e custos de matérias, como também, aumentar coisas como a capacidade de armazenamento e a transmissão de imagens, por exemplo.

Veja aqui a diferenças entre câmaras digitais e analógicas.


Mas afinal, qual é a preferência?

Dos mais novos aos mais velhos, todos tem a sua preferência marcada na mente e inscrita no quotidiano.
No contexto específico desta reportagem, damos de caras com algo que, á primeira vista, ninguém diz ser possível.

As camadas mais jovens parecem ser as que mais apoiam a fotografia analógica, enquanto que as camadas seniores, os mais velhos, se estão a dar mais à tecnologia e a render-se ás novas formas e meios, neste caso, fotográficos.


         
                     Fig.1 David Catanho – “Prefiro o analógico porque a qualidade em relação ao digital não se compara”














David Catanho, 28 anos, prefere o “antigamente”.

Para o David, o que importante é a tiragem da foto por si só e o empenho que o “fotógrafo” tem na hora do flash. Confidenciou ainda a sua admiração pelo preto e branco e pelo tempo de espera na revelação.
Destaca ainda o preço alto deste tipo de prática fotográfica como algo positivo, afirmando que dado ao custo elevado que os rolos têm, as pessoas se esforçam mais no momento e que, por este mesmo motivo, a qualidade da mesma tende a aumentar.
Prefere as tradicionais máquinas fotográficas, porém, está a deixar-se levar pela novidade e inovação.


      
                                   Fig.2 António Augusto – “Prefiro o digital pois sou a favor de tudo o que tem a ver com a tecnologia, (…) e então se for para melhor…”
                                        
António Augusto, conta 72 anos, reformado, prefere o digital.
Para ele o essencial é a inovação e o facilitismo que a tecnologia proporciona.

Afirma, em jeito de brincadeira, que “com estes apetrechos podemos tirar montes de fotografias e todas com uma facilidade tremenda. Adoro ter uma destas máquinas na mão quando estou com os meus netos em casa e mostrar-lhes logo de seguida, ficam quase tão surpreendidos como eu quando vi isto pela primeira vez”.



Ponto de Vista Profissional

  Fig.3 Marco Ferreira – Prof. Fotografia na Universidade Lusófona do Porto

Marco Ferreira é professor de fotografia na Universidade Lusófona do Porto.
Para o Marco, a fotografia analógica está intimamente ligada com a arte e o ensino.
Afirma que os meios fotográficos analógicos são mais utilizados por uma parcela, hoje pequena, de pessoas que já desde há muito tempo não usam outro meio de revelação de fotografias.
O digital já é algo que tem a ver com as massas, dando o exemplo das ferias, explicando que, "para cada finalidade, cabe um ou outro meio fotográfico".
A câmara de eleição do Marco é a Canon 5D



                                                    Fig.4 Sérgio Modesto - Fotógrafo


Já o ponto de vista do fotógrafo é simples: o digital impera mas nada substitui o analógico em qualidade.
Segundo o profissional da fotografia, “o digital tem dominado por completo o mercado da fotografia porém. Tenho muitos anos neste negócio e nunca esteve tão mau como agora. Os tempos são difíceis e muito pouca gente se dá ao luxo de mandar revelar um rolo quando pode tirar e visualizar dezenas de fotografias sentados ao computador”.




A fotografia, na forma como a conhecemos hoje, serve antes de tudo para celebrar um momento da sociedade actual.
Cada imagem vale por si e pela interpretação que cada um de nós retira ao vê-la.
Pudemos ver através das divergências e convergências que tanto o digital como o analógico são meios que, mais avançados ou não, vao sempre ter as suas vantagens e desvantagens.
A sociedade atual, mesmo com toda a tecnologia á vista de todos, parece não se esquecer onde tudo começou.
A fotografia exerce um papel tão abrangente, tão presente no nosso dia-a-dia que a sua verdadeira importância foge ao nosso olhar.
As opiniões dividem-se mas o espirito prevalece comum.






                                              
                                                                           Por: Fábio Daniel Soares Dias

1 comentário:

  1. ‎Fábio gostei muito da reportagem! Primeiro é, de facto, interessante! Porque relata a evolução de um instrumento que, desde a sua existência, se tem revelado de grande importância nas nossas vidas e que nos ajuda, sem dúvida alguma, a guardar muitos momentos importantes para cada um de nós. Pelo que vi e li, o trabalho está muito bem estruturado começando com uma abordagem histórica e passando para a opinião do grande público que somos todos nós que fazemos uso deste instrumento e, posteriormente, a posição de profissionais! Tenho a dizer que é um trabalho que, não sendo longo, desperta interesse e informa de um modo claro o assunto em questão! Terminar com o vídeo foi uma ideia excelente! Primeiro porque corrobora o que lemos anteriormente, sobretudo os testemunhos apresentados, e depois porque apresenta algumas informações adicionais de uma forma original (gostei particularmente do pormenor do flash de uma maquina!). Muitos parabéns e venham mais reportagens então :)
    Susana Castro*

    ResponderEliminar

Concorda com a medida do governo em proibir a venda de drogas legais em smartshops?

Visitas