quinta-feira, 29 de março de 2012

Desemprego: Uma realidade atual

A taxa de desemprego sobe a cada dia que passa. Não só em Portugal, mas também na Europa e no resto do mundo. Vladimir Teixeira e Maria Oliveira são dois dos milhares de afetados pelo problema em Portugal.
O número de inscritos no centro de emprego sobe diariamente



“É muito complicado estar numa situação de desemprego com três filhos a estudar” refere Maria Oliveira (nome fictício) com tremura na voz. Com 53 anos, mãe de três filhos e moradora na periferia do Porto, mais concretamente em Ermesinde, não quis revelar o nome, apesar de não ser alheia à situação de desemprego que afeta o país. Maria, como lhe chamámos, afirma ser difícil sustentar a situação, “só com o [meu] marido a trabalhar é complicado suportar todas as despesas de casa, alimentação, vestuário e escolares”. Maria partilha esta realidade com milhares de portugueses que, tal como ela, não têm trabalho e vivem com apenas um ordenado e da caridade de familiares e amigos.

Dona de uma postura derrotada, a mãe de família declara “desde que fechei o café que nunca mais consegui arranjar nada e já ando há oito meses à procura de qualquer coisa”.

“Devia ter estudado mais”

Maria insere-se não só nos 12,4% da população desempregada mas também nos 10,8% de indivíduos do sexo feminino que terminaram apenas o 1º ciclo do ensino básico. Sobre o assunto Maria referiu que “eu sei que devia ter estudado mais. As pessoas que não seguem os estudos têm depois mais dificuldade em arranjar emprego”.

“Cada vez mais é preciso pensar no futuro a nível profissional”

Vladimir Teixeira, de 26 anos, é cidadão angolano e tem também nacionalidade portuguesa. Está desempregado desde Junho de 2011, sendo a sua última entidade empregadora o Clube de Basquetebol de Penafiel. Quando questionado sobre o motivo do fim do contrato responde com amargura que a razão foi “o incumprimento do clube no pagamento dos meus salários, por dois meses". Confessa também que “felizmente” não precisa de trabalhar ou procurar emprego no momento pois recebe uma bolsa de estudo do governo angolano.
Enquanto Maria vê o futuro com olhos de quem já viveu muito e pouco espera, Vladimir tem uma perspetiva diferente. Finalista do curso de Ciências da Comunicação e da Cultura na Universidade Lusófona do Porto, o rapaz de sorriso aberto que já teve um livro de poemas à venda na FNAC, está ainda indeciso sobre se fica em Portugal ou regressa ao país natal quando completar a licenciatura. “Gosto de viver na Europa, mas ao fim de tantos anos por estas bandas, cresce em mim um desejo de regressar a minha terra, de viver o meu país. Vladimir revela-se também desiludido com a conjuntura vivida em Portugal e na Europa “Angola hoje é considerada uma potência em emergência, um país com um potencial económico quase ilimitado. Ao passo que Portugal se encontra mergulhado numa crise económica profunda, acabamos de receber ajuda externa e panorama futuro não se adivinha nada risonho. E o reflexo de tudo isso é o aumento da taxa de desemprego e o desinvestimento em todos os sectores da sociedade".  

Veja no Instituto Nacional de Estatística dados recentes sobre o desemprego em Portugal e compare com os dados da Eurostat que abrangem a Europa a 27.



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