quinta-feira, 29 de março de 2012

A geração que luta para não estar à rasca


  Com a economia em recessão, os jovens portugueses procuram no estrangeiro as oportunidades que em Portugal escasseiam. É preciso recuar 50 anos para se registar  um fluxo migratório idêntico. O objectivo, contudo, é o mesmo que motivou os emigrantes na década de 60:  A fuga de um país estagnado e em crise na procura de uma solução para as suas vidas.

“É assustador o número  de jovens qualificados que abandonam o País”. A frase é da autoria do deputado PS Paulo Pisco e espelha a realidade com que o país se confronta na actualidade .
 Hoje em dia fazer as malas , deixar a casa e a família e rumar a outro país é cada vez mais fácil ou, simplesmente a única opção. Tem aumentado o numero de jovens instruídos que abandonam o país porque não encontram opções de empregabilidade dentro de portas.
      Paulo Rodrigues , de 26 anos , é um destes jovens , que para não ficar em “casa dos pais” , abandonam o seu país . “Estou a trabalhar em Londres há 2 anos” diz Paulo. Natural de Leça da Palmeira e licenciado em Engenharia Civil. Em Portugal , a sua situação não era pacífica pois  não obtia respostas afirmativas na procura de um emprego. Depois de estar um ano parado em Portugal , um amigo em Londres sugeriu-lhe uma proposta de trabalho na empresa onde já trabalhava. Paulo nem pestanejou. “No dia seguinte já estava no Aeroporto para apanhar o avião”.    
     O seu primeiro emprego em terras de sua majestade foi numa empresa de peixe mas foi de pouca duração, visto que surgiu uma oportunidade mais tentadora numa empresa de distribuição de gelo, mas não é o único, com ele trabalham mais seis portugueses. “Só o patrão é que é inglês” afirma. Segundo  o próprio a  qualidade de vida não tem comparação possível, já que ganha o salário mínimo nacional em apenas uma semana de trabalho: “Era impensável eu em Portugal ter este nível de vida .
    Num país onde a taxa de desemprego dos jovens portugueses até aos 25 anos é de 21,3 por cento , muitos são aqueles que como Paulo tentam a sorte no estrangeiro. Um estudo realizado pelo o Jornal Público revelou que , no ano de 2010 , um em cada dez licenciados optou por emigrar. Nos dias de hoje já há portugueses a exercer cargos de prestígio nos Países de emigração.
    É o caso de Diana Felgueiras, de 27 anos , natural de Vila do Conde e licenciada em Biologia. Diana foi para  Chicago em 2008, “vim para cá fazer o meu doutoramento na área do cancro do colo do útero”. Diana trabalha actualmente no laboratório da Universidade de Chicago “Tenho a felicidade de fazer aquilo que gosto . Tem sido bastante enriquecedor a todos os níveis” . A data do regresso não está prevista. “Voltar a Portugal não faz parte dos meus planos, gosto muito de viver cá para alem de já ter uma vida consolidada . Aliás acho que, face ao actual estado do país o caminho é precisamente sair. Vai ser cada vez mais uma opção para os portugueses”.

 Diana Felgueiras emigrou para Chicago, e é um dos muitos casos de jovens portugueses a trabalhar no estrangeiro.




Dois grandes movimentos migratórios


 


    É preciso recuar 50 anos para se registar um êxodo tão grande como agora. Muito mudou desde então , porém, em comum tem um aspecto: a fuga do país pelas fracas condições financeiras e pela  ausência de perspectivas que encontram no país. A diferença reside essencialmente no grau de instrução dos emigrantes da década de 60 quando comparado com os dos dias de hoje.
O Brasil têm registado um aumento significativo no que à emigração de jovens qualificados diz respeito , nos últimos dois anos
  
    Hoje em dia, Portugal tornou-se num país alvo para o recrutamento de profissionais qualificados que aliado à vontade de grande parte da população jovem ter o desejo de emigrar resulta no segundo maior movimento migratório que Portugal registou na sua história.





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