O desemprego
jovem não dá sinais de abrandamento em Portugal. Em Fevereiro cresceu para
35,4%, um novo máximo histórico, sendo mais do dobro da taxa geral que também
bateu o recorde, segundo a Eurostat os valores
chegaram pela primeira vez aos 15%.
A geração mais qualificada de sempre está a
sair de Portugal em busca de melhores oportunidades de trabalho, uma geração qualificada que vai por em prática aquilo que aprender “cá dentro”, “lá fora”.
O fenómeno tem acompanhado a escalada da taxa de
desemprego total e agravou-se com a crise económica: a
geração dos 15 aos 24 anos é a mais penalizada pela falta de criação de emprego
e pela precariedade laboral. Desde que a crise começou, mais de 3,5 milhões de
jovens ficaram desempregados na área da OCDE. A
organização não duvida que "os jovens têm sofrido de forma
desproporcionada com as perdas de emprego durante a crise económica
global" e sublinha que estes números do desemprego não mostram as reais
dificuldades dos mais novos.
Figura 1: Sara Ferreira da Silva, Licenciada em Psicologia
Sara Ferreira da Silva, de 22 anos, licenciada em Psicologia, vê na emigração o
futuro, “Portugal neste momento não me oferece oportunidades na minha área”
refere a jovem licenciada. Como Sara muitos são os jovens que encaram com
desagrado a situação atual do país, mas reconhecem que ficar parados na expectativa
de mudanças não é uma solução. O desemprego vai continuar a penalizar sobretudo
os mais jovens, com a percentagem de pessoas entre os 15 e os 24 anos sem
trabalho, o futuro passa novamente pela geração da emigração.
Os hóteis low cost
criaram um novo segmento de mercado. Para quem viaja em lazer ou em negócios
esta é uma opção prática e eficaz. O conceito enquadra-se no contexto económico
global e permite aos viajantes uma estadia a preços acessíveis. Aqui
dispensa-se o luxo e privilegia-se o conforto.
Hotel Star Inn no Porto , a primeira unidade low cost no país.
Em época de crise
pode parecer um contra senso, mas viajar hoje, pode ser mais fácil. Os low-cost estão na moda e permitem que se viaje por um preço bastante acessível. A juntar às
companhias de voos deste género temos agora também cadeias de hotéis que se
regem pelo mesmo conceito, pertecendo em alguns casos ao mesmo grupo empresarial.
Em Portugal ,
começaram a surgir em 2009 com o Hotel Star Inn no Porto, a trazer um conceito
inovador até à data . Em 2012 , no país, já existem várias opções , algumas bem
recentes.
É o caso do Hotel B&B na cidade do Porto,
inaugurado em dezembro de 2011. Localizado no centro da cidade este é um hotel
que se define pelo seu conceito Budget. “Esse é um adjectivo que preferimos
utilizar para descrever o segmento em que o hotel se insere. No fundo , Budget
significa que o hotel tem um conceito económico que permite ao cliente usufruir
de uma estadia confortável por um preço acessível.” afirma Gisela Barros responsável
da comunicação do Hotel B&B Porto. Um conceito semelhante ao low cost mas
que o hotel por uma questão de marketing prefere não utilizar. “Preferimos nos
descolar da comum designação low cost visto que o hotel não tem serviços
adicionais que podem transformar o preço num preço muito diferente do anunciado.
Mas percebemos que esse termo esteja associado ao hotel.” Finaliza a
directora do B&B.
À imagem do que
acontece noutros hotéis do mesmo género, aqui os preços são acessíveis , havendo alguma
flexibilidade . Quem quiser passar uma noite neste hotel terá de pagar uma
quantia compreendida entre 30 e 70 euros.
Uma das
características comum aos vários hotéis low cost é o facto de se dispensarem os
luxos, que encarecem a estadia , mas não
o conforto e tranquilidade essenciais destas ocasiões. “É essa possibilidade
que nós damos aos nossos hóspedes : de
conseguirem uma estadia sem luxos é certo mas com uma série de promenores e
serviços que marcam o conforto e a estadia num hotel”. Uma lógica que respeita
o contexto económico actual. “Os consumidores dão cada vez mais atenção ao
dinheiro que dispendem nas coisas que consomem e portanto procuram fazer um
investimento inteligente” remata Gisela Barros.
Apesar de Porto e Lisboa
serem aquelas cidades que tem , por razões obvias , mais unidades low
cost, o conceito já está implantado de
Norte a Sul do país , desde o Minho com o Hotel Axis até ao Algarve através do
Star Inn Faro.
A opção low cost
está assim mais em voga do que nunca , grandes cadeias de hotéis como o B&B
e o Star Inn tem apostado fortemente neste ramo que veio colmatar uma lacuna no
ramo hoteleiro e preencher as necessidades dos novos viajantes , como são
classificados por Gisela Barros. “ O novo viajante é alguém que tem como rotina
viajar e que não está disposto a gastar muito dinheiro. Prefere utilizar os
processos de compra de baixo custo para viajar. No fundo , procuram algo rápido e prático adequado ás
suas necessidades.” O desfavorável contexto económico não ajuda a luxos , facto
que faz com que os hotéis low cost sejam cada vez mais procurados quer pelos
portugueses quer pelos turistas estrangeiros a comprovar pela abertura a um ritmo
acelerado de estabelecimentos deste género. “O nosso objectivo é expandir a
marca B&B no país. A curto prazo Matosinhos e Évora também vão receber uma
unidade B&B, e já há projecto para
no futuro alargarmos a Lisboa e também Oeiras.” Declara Gisela Barros. A cadeia de Hotéis Star inn , a primeira a ter
marca em Portugal , também divulgou que nos próximos anos quer alargar a sua
influencia nacional e internacionalmente, sendo que já conta com inúmeras
unidades em território português.
O expressivo crescimento das companhias aéreas de baixo custo
vieram impulsionar o aumento dos hotéis com a mesma ideologia. Os hotéis acrescentaram facilidades num
ramo onde as companhias de voo já estavam instaladas com muito sucesso. A Ryanair
é a mais utilizada pelos portugueses e representa uma boa parte do fluxo ,
principalmente no Aeroporto Franscisco Sá Carneiro. Segundo dados oficiais, a
Ryanair transportou cerca de 40% dos passageiros que passaram pelo Aeroporto do Porto.
Os hotéis , especificamente os low cost, vieram de certa forma complementar
este tipo de turismo visto que procuram atrair o mercado crescente de turistas
que viajam pelas companhias low cost , como é possivel verificar através de umartigopublicado pelo Jornal Público.
A Raynair ,companhia aérea low cost , é uma das que mais contribui para o aumento turístico na cidade do Porto.
A Easygroup é um exemplo de aposta nestas áreas em simultâneo. Com um
autêntico império de serviços de baixo custo , a Easygroup tem na rede de
hotéis e na companhia aérea a face mais visível do seu conceito. Detentora da easyJet, famosa companhia aérea low cost e da rede de hotéis easyHotel , que já
chegou a cidade do Porto também e que se caracteriza igualmente pelos mesmos
formatos, o grupo Easy é um caso bem vincado de uma aposta no turismo low cost e na confiança
na sustentabilidade do projecto.
O cabeçalho apresenta-o de forma sintética e eficaz. É um blogue onde as vítimas têm o seu espaço de encontro, partilha e reflexão e, ao mesmo tempo, pretende motivar o surgimento de legislação específica para o Stalking em Portugal.
Maria João Costa, que dirige a chancela Livros d'Hoje da editora Leya, fez o primeiro post no dia 25 de Novembro de 2011. Trata-se de uma transcrição integral do artigo "Stalking: Perigo para mulheres jovens e sozinhas", que divulgava um Estudo feito pela Universidade do Minho sobre este fenómeno. No dia 30 de Novembro de 2011, Maria João Costa publica o primeiro testemunho de uma vítima de stalking portuguesa. Inúmeros testemunhos lhe seguiram.
A 3 de Dezembro de 2011, Maria João Costa escreve o primeiro Post, onde explica o surgimento do blogue Vítimas de Stalking. Após definir detalhadamente o Stalking, acaba finalmente por justificar o seu interesse por este assunto: "Imagino que se perguntem de onde vem tanto conhecimento de causa sobre stalking, afinal?! Pois bem, eu conto: vem de um ano e meio de perseguição intensiva! Detalhe: no papel da vítima! O que torna tudo mais difícil... E mais assustador também. Mas sobre essa história falo mais tarde".
No mesmo post, Maria João Costa refere ainda que "já não é de hoje que falo da importância de se criar legislação específica para assegurar a protecção de quem precisa, e também não é nova, em mim, a ideia de criar algum tipo de entidade que pudesse, realmente, ajudar vítimas de stalking». Confessa ainda que antes do estudo da Universidade do Minho ser divulgado «achava que não passaria de uma voz solitária a defender a criminalização do stalking» , mas, depois, sentiu alguma "abertura" por parte do governo no que diz respeito à criação de legislação específica para o Stalking. E, termina, "Já todos perceberam que há um longo caminho a percorrer, mas espero que a criação deste blog represente mais um passo em frente nessa direcção..."
Maria João Costa já deu o seu testemunho pessoal, enquanto vítima de stalking, em vários órgãos de comunicação social, como a revista Visão ou o canal televisivo SIC. Apesar de ainda não ter partilhado a sua experiência no blogue, no dia 31 de Dezembro Maria João Costa publica o primeiro depoimento dirigido especificamente ao Vítimas de Stalking. No mesmo dia Maria João Costa cria a página de facebook do Vítimas de Stalking.
:
(minuto 19:40)
Consulte aqui os casos de stalking noticiados nos principais meios de comunicação social on-line.
Além dos comentários e testemunhos de anónimos, Maria João Costa recebeu também o apoio de diversas personalidades portuguesas. Maria Teresa Horta, escritora e feminista, dedicou-lhe um poema. Pouco depois Helena Sacadura Cabral, escritora e jornalista, comentou o blogue, apoiando a iniciativa, assim como Clara Mesquita, rosto do Shopping Cidade do Porto.
Assim, como o apoio ao Vítimas de Stalking foi aumentando, também o número de histórias de vítimas de stalking que chegavam ao blogue e, mais importante, Maria João Costa foi divulgando também informações que permitam às vítimas defenderem-se. Entre os dados divulgados, estão os números de apoio a vítimas de stalking, nomeadamente o Serviço de Psicologia da Universidade do Minho, Coimbra e Porto. Junta-se a estes uma linha de apoio para ajudar os stalkers a deixarem de praticar stalking.
Sete meses depois da primeira publicação no Vítimas de Stalking, o mais recente post de Maria João Costa é óptimista: "Em Inglaterra são dados os primeiros sinais políticos de que o stalking pode ser levado a sério", perspectivando-se a continuidade do blogue até que o assunto seja visto da mesma forma em Portugal e pela lei. Aliás, no primeiro post escrito por si, Maria João Costava escreveu: "percebi, finalmente, que poderia ser mais do que uma simples voz perdida na noite a clamar por uma protecção que tarda, apesar do problema da falta de tempo se manter. Alertaram-me para os perigos que poderiam decorrer pelo facto de dar a cara por este assunto, nomeadamente a possibilidade de "acordar o monstro", isto é, despertar a atenção do stalker que me perseguia, agora que tudo parece calmo. De um modo nada leviano, senti, em consciência, que, ainda assim, era o certo a fazer. "
"Cada desenho conta uma história". É desta forma que Luís Simões, de 32 anos, antigo motion designerda estação de televisão SIC, assinala a experiência de sair e desenhar pelas ruas do mundo. Um sonho tornado realidade, segundo o próprio, e que tem regresso marcado e Portugal daqui a cinco anos. Até lá, Luís regista esses momentos no site e no Facebookdeste projeto.
Regina Machado: Em que país e cidade te
encontras neste preciso momento? Para contextualizar, descreve o ambiente à volta e o local.
Luís Simões: Neste momento estou naBélgica, em Bruges.
Está um dia incrível de verão e existem turistas em toda a parte do centro da
cidade, o que acaba por definir muito da paisagem. Bruges é a cidade ideal para
se viver um apaixonado amor.
As cores e os desenhos
arrojados, fazem das tatuagens uma forma de arte que encanta cada vez mais
pessoas. O preconceito, a elas inerente, tem sido atenuado e hoje em dia é algo
que já aparece com uma certa naturalidade na Sociedade.
Em tempos, símbolo de marginalidade, atualmente, símbolo de expressão de
arte no corpo, é assim que os profissionais da área encaram a tatuagem.
Nos tempos que correm fala-se muito em tatuar. Os
responsáveis pela arte de tatuar, devem ter cerca de cinco anos de experiência
deste trabalho, pois a variedade de tatuagens que existe, não pode ser feita
por qualquer um.
Carlos Bz, como é conhecido neste ramo, é um tatuador experiente e
salienta a importância do profissionalismo na área. “ Ser tatuador requer um
grande conhecimento na área e uma grande dose de competência.”
Carlos atento ao seu
trabalho
Carlos é tatuador profissional na loja de tatuagens e
piercings HeartGallery. Esta loja fica situada no centro da cidade do Porto e
está aberta desde 2010. Na invicta existe um número bastante
considerável de lojas deste tipo de arte. A juntar a esta loja estão por exemplo a FreeStyle Ink e a Para Sempre Tattoos
Para um dos proprietários da loja HearthGallery, Paulo Eak, fazer
tatuagens trata-se de um negócio rentável. “Passam os anos e as tatuagens não
saem de moda, por isso é sempre um bom negócio investir”.
Paulo Eak
Ter tatuagens para algumas pessoas trata-se apenas de uma
forma de embelezar o seu corpo, seguindo um pouco aquilo que os outros fazem, considerando,
essas mesmas pessoas, que por estarem tatuadas têm mais estilo do que se não
optassem por recorrer a esta arte corporal, enquanto que para outras, apenas
fazem pelo significado que lhes transmitem. “ Há pessoas que fazem as tatuagens
por estética, muitas mesmo, e outras que preferem fazer por significado” afirma
Paulo Eak.
Jorge Monterroso é um jovem que já se rendeu a esta arte,
aproveitando para fazer uma tatuagem. “ As tatuagens sempre foram uma coisa que
me cativaram, a que fiz tem um significado bastante especial para mim.”
Jorge Monterroso
Conceito ou preconceito?
Mas
importa perguntar, será que as tatuagens ainda são um tabu na Sociedade? Será
que o facto de aparecerem cada vez mais pessoas tatuadas faz com que a
Sociedade vá aceitando esta arte? As opiniões ainda se dividem e parece não
existir ainda uma aceitação por parte de todos, apesar das pessoas já terem uma
mente mais aberta em relação a este tema. “ Fiz uma tattoo, tenciono fazer mais
e não vejo qualquer tipo de problema em optar por tatuar partes do meu corpo,
somos livres, cada um sabe aquilo que faz, mas admito que ainda existam pessoas
que não vejam as tatuagens com bons olhos” diz Jorge.
“Ainda existe o estigma, as tatuagens ainda não são muito
bem aceites por certas pessoas” acrescenta Carlos Bz
Esta afirmação de Carlos vai de encontro com a opinião do
cidadão portuense, Vitor Melo que é contra as tatuagens.
“Somos quem somos, não precisamos de marcas no corpo para
nos distinguirmos uns dos outros. A nossa pele é bonita ao natural, não precisa
de ser trabalhada” refuta Vitor Melo
Tatuagem, entrave para arranjar emprego?
Trabalho e tatuagem são duas palavras que ainda não se
relacionam muito bem, salvo raras exceções. Não existe ainda uma aceitação
positiva quando as pessoas aparecem em entrevistas de emprego com tatuagens
visíveis.
Pessoas com uma boa formação em certas áreas ainda vão
provando o sabor amargo do tabu e não são aceites em certos trabalhos. “Quem
tiver o intuito de trabalhar em algo relacionado com música ou arte, há uma
maior facilidade em arranjar emprego tendo tatuagens, mas se por exemplo
optarem por trabalhar num banco, já têm de pensar duas vezes” afirma o tatuador
Carlos Bz.
De salientar ainda um exemplo que vai de encontro com este
entrave, que se trata do facto de um dos requisitos da TAP para ser hospedeira
de bordo é que não se tenha tatuagens.
Figuras públicas
ajudam a atenuar o preconceito?
As figuras públicas têm sempre um grande impacto na
Sociedade. São vistas, por muita gente, como exemplos a seguir.
Em relação às tatuagens, é visível hoje em dia, que está a
ganhar cada vez mais admiradores, por parte dos famosos, que não resistem a
este tipo de arte.
No começo da era moderna a tatuagem era vista como sinal de
marginalidade, porém ela deixou de ser vista dessa maneira a partir do momento
que foi sendo vista nos corpos de atores, músicos, futebolistas, etc.
No cinema, na música, no desporto, parece que muitos já
foram os que se renderam às tattoos. Este facto influencia a escolha das pessoas
no que diz respeito à opção a ter em conta em relação a fazer uma tatuagem. “ A
tatuagem para algumas pessoas já não é um bicho de sete cabeças e começa a ser
algo banal, aparecer programas de televisão, jogadores da bola, músicos ou
atores cheios de tatuagens, facilita a escolha das pessoas perante as tatoos”
afirma Paulo Eak. Apesar desta ajuda fornecida pelos famosos para distorcer o
preconceito para Paulo o tabu será algo
eterno. “Ainda há o tabu e vai haver sempre de certeza”
Tatuagens em figuras públicas
Apesar de ser complicado agradar a “gregos e a troianos”,
uma coisa parece ser certa, as tatuagens vieram para ficar!
Curiosidades:
·Existem cerca de 100 cores diferentes no que
toca à tinta para tatuagem.
·Apenas 16% das pessoas com tatuagens
arrependem-se de as terem feito e os top 3 motivos para esse arrependimento são:
“era demasiado novo quando a fiz”, “é demasiado permanente, sinto-me marcado
para a vida”, “já não gosto da tatuagem”.
·Remover uma tatuagem pode custar até três vezes
mais o preço da tatuagem em si.
·As mulheres são quem mais recorrem à remoção de
tatuagens.
·Em tempos de guerra, as tatuagens eram muitas
vezes utilizadas para transmitir mensagens secretas.
·Quem vive no Ocidente tem 20% mais probabilidade
de ter uma tatuagem do que quem vive no Oriente.
·Em 1991 foi descoberto, em Schnalstal na Itália,
o corpo congelado de um homem com mais de 5 mil anos, que tinha 57 tatuagens.
·O homem mais tatuado do mundo (detém o recorde
Guinness desde 2006) chama-se Lucky Diamond Rich. Natural da Nova Zelândia,
vive na Austrália e tem o corpo completamente coberto por tatuagens, incluindo
as pálpebras, a zona entre os dedos dos pés, dentro das orelhas e até as
gengivas. Centenas de tatuadores já trabalharam no seu corpo, durante mais de
mil horas.
Lucky Diamond Rich
Por: Gonçalo Silva
Fotografia: Digital ou Analógica
As opiniões dividem-se.
Atualmente tudo evolui rápido devido aos avanços tecnológicos.
No caso da fotografia isto não é exceção.
A História
Joseph Nicéphore Nièpce
A fotografia não é a obra final de um único criador. A primeira fotografia reconhecida é uma imagem produzida em1826pelo francêsJoseph Nicéphore Niépce, numa placa deestanhocoberta com um derivado depetróleofotossensível chamado BetumedaJudeia. A imagem foi produzida com uma câmara, sendo que, foram exigidas cerca de oito horas de exposição solar. Nièpce apelidou o processo de "Heliografia" como sendo uma gravura com a luz do Sol.
Paralelamente Daguerre, produzia com uma câmara escura, efeitos visuais num espetáculo chamado "Diorama".
Louis Daguerre
Daguerre e Niépce vieram mais tarde a formar uma sociedade com um objetivo comum, o desenvolvimento de novos métodos fotográficos. Após a morte de Nièpce, Daguerre desenvolveu um processo comvapordemercúrioque reduzia o tempo de revelação de horas para minutos, sendo este processo denominado dedaguerreotipia. Por outro lado, o britânicoWilliam Fox Talbot, sabendo das descobertas de Daguerre, em 1839, decide tornar público um processo diferente, por si desenvolvido, com o objetivo de passar ele mesmo por inventor da teoria, de certa forma com receio que o francês o “apanhasse” na descoberta. Este processo teve como nome,Calotipo. Consistia no uso de folhas de papel cobertas comcloreto de prata, que posteriormente eram colocadas em contacto com outro papel, produzindo a imagem positiva. Este processo seria, então, muito parecido com o processo fotográfico actual.
William Fox Talbot
A fotografia iniciou-se como produto de consumo a partir de1888. Através das câmaras em formato caixa, a empresa Kodak utilizou uma campanha de marketing baseada em convencer as pessoas de que poderiam, através destas câmaras, tirar quantas fotografias quisessem, utilizando rolos descartáveis que seriam posteriormente revelados. Desde este acontecimento que se assiste no mercado fotográfico a uma série de crescentes evoluções.
Atualmente, as câmaras analógicas têm sido dadas como um produto antigo.
A era digital veio não só diminuir tempos de relevação e custos de matérias, como também, aumentar coisas como a capacidade de armazenamento e a transmissão de imagens, por exemplo.
Veja aqui a diferenças entre câmaras digitais e analógicas.
Mas afinal, qual é a preferência?
Dos mais novos aos mais velhos, todos tem a sua preferência marcada na mente e inscrita no quotidiano.
No contexto específico desta reportagem, damos de caras com algo que, á primeira vista, ninguém diz ser possível.
As camadas mais jovens parecem ser as que mais apoiam a fotografia analógica, enquanto que as camadas seniores, os mais velhos, se estão a dar mais à tecnologia e a render-se ás novas formas e meios, neste caso, fotográficos.
Fig.1 David Catanho – “Prefiro o analógico porque a qualidade em relação ao digital não se compara”
David Catanho, 28 anos, prefere o “antigamente”.
Para o David, o que importante é a tiragem da foto por si só e o empenho que o “fotógrafo” tem na hora do flash. Confidenciou ainda a sua admiração pelo preto e branco e pelo tempo de espera na revelação.
Destaca ainda o preço alto deste tipo de prática fotográfica como algo positivo, afirmando que dado ao custo elevado que os rolos têm, as pessoas se esforçam mais no momento e que, por este mesmo motivo, a qualidade da mesma tende a aumentar. Prefere as tradicionais máquinas fotográficas, porém, está a deixar-se levar pela novidade e inovação.
Fig.2 António Augusto – “Prefiro o digital pois sou a favor de tudo o que tem a ver com a tecnologia, (…) e então se for para melhor…”
António Augusto, conta 72 anos, reformado, prefere o digital.
Para ele o essencial é a inovação e o facilitismo que a tecnologia proporciona.
Afirma, em jeito de brincadeira, que “com estes apetrechos podemos tirar montes de fotografias e todas com uma facilidade tremenda. Adoro ter uma destas máquinas na mão quando estou com os meus netos em casa e mostrar-lhes logo de seguida, ficam quase tão surpreendidos como eu quando vi isto pela primeira vez”.
Ponto de Vista Profissional
Fig.3 Marco Ferreira – Prof. Fotografia na Universidade Lusófona do Porto
Marco Ferreira é professor de fotografia na Universidade Lusófona do Porto.
Para o Marco, a fotografia analógica está intimamente ligada com a arte e o ensino. Afirma que os meios fotográficos analógicos são mais utilizados por uma parcela, hoje pequena, de pessoas que já desde há muito tempo não usam outro meio de revelação de fotografias. O digital já é algo que tem a ver com as massas, dando o exemplo das ferias, explicando que, "para cada finalidade, cabe um ou outro meio fotográfico". A câmara de eleição do Marco é a Canon 5D.
Fig.4 Sérgio Modesto - Fotógrafo
Já o ponto de vista do fotógrafo é simples: o digital impera mas nada substitui o analógico em qualidade. Segundo o profissional da fotografia, “o digital tem dominado por completo o mercado da fotografia porém. Tenho muitos anos neste negócio e nunca esteve tão mau como agora. Os tempos são difíceis e muito pouca gente se dá ao luxo de mandar revelar um rolo quando pode tirar e visualizar dezenas de fotografias sentados ao computador”.
A fotografia, na forma como a conhecemos hoje, serve antes de tudo para celebrar um momento da sociedade actual. Cada imagem vale por si e pela interpretação que cada um de nós retira ao vê-la. Pudemos ver através das divergências e convergências que tanto o digital como o analógico são meios que, mais avançados ou não, vao sempre ter as suas vantagens e desvantagens. A sociedade atual, mesmo com toda a tecnologia á vista de todos, parece não se esquecer onde tudo começou.
A fotografia exerce um papel tão abrangente, tão presente no nosso dia-a-dia que a sua verdadeira importância foge ao nosso olhar.
As opiniões dividem-se mas o espirito prevalece comum.