A
comunidade académica, no Porto, vive ao rubro a festa dos estudantes. Todos os anos são
muitos os visitantes que procuram este evento. Porém, nem tudo é diversão. Os festejos
deixam um rasto de lixo e caos por onde passam, entre outros aspectos
negativos.
Durante 8 dias, os jovens
universitários dirigem-se ao Queimódromo, situado em Matosinhos, para
aproveitarem ao máximo esta festa, organizada pela FAP (Federação Académica do Porto). Também pela baixa da Invicta se realiza o cortejo, onde estudantes de todas as universidades do Porto desfilam devidamente equipados: trajados a
rigor, a bordo dos camiões, ao som de muita música.
A Queima das Fitas do Porto é um evento aguardado por muitos estudantes. A primeira vez que foi festejada foi em 1920, na chamada ‘Festa da Pasta’, celebrada pelos estudantes da Faculdade de Medicina do Porto. “É uma tradição académica fortemente enraizada”, como diz Ana Azevedo, aluna da Universidade Lusófona do Porto.
Caloiros, finalistas e estudantes
universitários aproveitam esta pausa escolar para se divertirem e conviverem
com alunos de outras instituições académicas. Os jovens em geral apreciam este
evento, que se realiza sempre nas primeiras semanas do mês de Maio. Filipe
Pinto, também estudante universitário, procura a festa pois aprecia o 'espírito
académico' e porque quer estar com amigos que já não vê há algum tempo. Para o aluno
da licenciatura de Ciências da Comunicação e da Cultura, a queima pode ser
vista como uma manifestação de estudantes.
A festa é de todos mas muitos
deixam-se levar pelos excessos, principalmente abusando do consumo de álcool, e também de droga. Há barracas e barracas que disponibilizam bebidas alcoólicas
a preços muito baixos, conhecidos como ‘preços académicos’. As ambulâncias são uma
constante no recinto da festa, pois há quem exagere e há quem chegue mesmo a
ficar em coma alcoólico. Tal como afirma Filipe, “quando [os estudantes] estão
embriagados não têm noção daquilo que fazem”.
Apesar de toda a alegria e descontracção
que caracterizam o ambiente, a queima têm também alguns aspectos negativos. Vandalismo,
lixo, consumo de droga, destruição, irresponsabilidade são algumas questões que
lhe estão associadas. Ana concorda com a falta de moderação: “Nem todos
sabem viver a festa. O desejo de aproveitar ao máximo é tão grande que se
deixam levar pelo momento e acabam por cometer algumas loucuras”.
Para atenuar situações mais desagradáveis, a PSP e as Brigadas de Trânsito tentam controlar e evitar os distúrbios e a condução sob efeito do álcool. Acima de tudo, 'saber estar' é algo que parte de cada um.
Por: Isabel Fortes
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