Entre alegrias e tristezas,
ser pescador nas Caxinas é motivo de orgulho, apesar de o perigo espreitar a
cada instante. José Pereira conta como é a sua vida no mar, antes e agora, na
época das inovações tecnológicas que proporcionam melhores condições de
trabalho. Apesar das dificuldades, é desta vida que gosta. Ainda não se dedica
a uma arte diferente, mas sente com o passar do tempo uma saudade antecipada.
A fé sempre presente na vida dos Caxineiros. José Pereira na igreja do Barco |
Nas Caxinas vive-se uma
história muito de dor, suor e lágrimas. De perseverança, medos mas também de
solidariedade e união. É aqui que vive José Pereira, pescador, 48 anos. “Uma
região de onde emerge um povo maioritariamente pobre, que luta a cada dia pela
sua sobrevivência a bordo de um barco” revela-nos José.
Nascido
e criado nas Caxinas, de família pobre é um entre cinco irmãos. Casado e pai de
um casal, com orgulho diz ter uma “menina”, engenheira química, ao passo que o
rapaz não sabe ainda o que quer. Poucas vezes foi à escola. Quando foi a
primeira vez ao mar tinha apenas 16 anos. Antes mesmo de pensar dedicar-se a
outro modo de vida ou escolher outra forma de sustento, decidiu entregar-se a
esta profissão. Ao fim de tantos anos continua a sentir o mesmo prazer de ir ao
mar, “eu gosto do mar. Sempre foi a minha primeira opção ir a pesca”.
Caxinas, mais do que um lugar
Fonte: www.google.pt Mais imagens |
Uma
das maiores comunidades piscatórias do país. Mas também aquela a quem o mar tem
trazido mais amargura. Numa espécie de mal que vem para o bem pois é da
tragédia que vem a união desta comunidade e do povo que nela habita.
Neste
lugar pertencente à freguesia de Vila do Conde, predominam atividades ligadas à pesca,
quer diretamente na atividade piscatória quer nas indústrias derivadas.
Uma
terra mastigada que viu nascer um povo que só pelo facto de lhe pertencer, é
especial. Nas Caxinas vive-se em casas de azulejos alegres, com peixe a secar nas cordas a
meias com a roupa preta. Faz-se de um simples passeio público um quintal. Cada pormenor representa um símbolo. Passa-se a velhice entre as memórias, as agulhas de tricot, o baralho de cartas
e a conversa com quem passa.
Por: Vladimir Teixeira
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