quarta-feira, 30 de maio de 2012

Centro de Atividades Ocupacionais da ADFA

O Centro de Atividade Ocupacionais (CAO) da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), delegação do Porto, existe há já 13 anos. O balanço é positivo e os utentes já não vivem sem ele.

“Estive preso em casa (…) depois vim para o CAO onde me sinto realizado”

Manuel Abílio Silva, tem 65 anos e é portador de deficiência há 45 anos. A sua deficiência – amputação dos membros inferiores – impede-o de realizar sozinho tarefas simples do dia-a-dia, como subir uma escada, ou chegar a um objeto num móvel mais alto. É contra estas adversidades que luta desde os 20 anos de idade, lutava também contra a solidão de quem passava o dia em casa.

Desde 2003 que frequenta diariamente o CAO, onde convive com mais 14 companheiros que enfrentam o dia-a-dia com um sorriso no rosto, um sorriso que não se descreve, vê-se e sente-se na presença deles. No seio do grupo, não há lugar a tristeza, solidão ou preocupação. A boa disposição reina entre os 15 utentes – não há lugar para mais – que constituem um grupo muito heterogéneo. As diferenças são visíveis mas o espirito de grupo prevalece sobre estas.

Manuel Abílio Silva, utente do CAO


ADFA – Uma instituição com história

Criada em maio de 1974 por deficientes militares que reclamavam o direito à dignidade, a associação conta com mais de 15 mil associados e de 12 delegações espalhadas pelo país e em Moçambique, cuja sede se encontra em Lisboa.

Com o principal objetivo de apoiar os seus associados, a ADFA presta serviço social e jurídico, além das inúmeras atividades lúdicas que proporciona. A saúde é uma área de referência, pois existem acordos com instituições médicas que prestam consultas de, por exemplo, fisioterapia ou psicologia.

Com valores definidos como a igualdade, a independência, a inserção social, a participação e a solidariedade, a ADFA assume-se como uma associação livre e que põe os direitos dos seus associados em primeiro lugar.


                                                         ADFA -Expressão Plástica

CAO: O filho prodígio

O Centro de Atividades Ocupacionais da delegação do Porto, existe desde 1999, com o apoio financeiro da segurança social portuguesa. Este projeto tem como principal objetivo a manutenção do equilíbrio emocional, físico e social dos seus utentes, contribuindo para que haja um desenvolvimento destes. Destinada a portadores de deficiência (não obrigatoriamente militar), o CAO luta pela integração de quem nele participa, desenvolvendo atividades diárias como expressão plástica, educação física, informática ou terapia ocupacional – hidroterapia e boccia. Este tipo de atividades estimula o cidadão portador de deficiência, tornando-o mais independente, o que faz com este se sinta mais realizado.

Margarida Marques, assistente social e coordenadora do CAO, revelou que este centro para os utentes “é muito bom, pois estimula o desenvolvimento” e faz com que “eles não se sintam sozinhos”. A nível de dificuldades, a coordenadora referiu que “as maiores dificuldades prendem-se com a organização de atividades”, salientando que estas surgem com o facto de o grupo ser heterogéneo, não só a nível de idades mas também de deficiências.

                                                    Trabalho realizado por utentes do CAO


O CAO tem parcerias com outras instituições, principalmente lares, como a Casa das Glicínias, com que habitualmente desenvolve atividades de lazer. É também já uma imagem do Centro de Atividade Ocupacionais, a Semana Desportiva que vai já na sua sexta edição e que abre as portas a outros centros como a Associação de Pais Professores e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) ou o Centro de Reabilitação Profissional de Gaia (CRPG)








                                                                                                                   
                                                                                                                       por: Pedro Miguel Martins

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