quinta-feira, 17 de maio de 2012

Queima das fitas: O outro lado da festa


A comunidade académica, no Porto, vive ao rubro a festa dos estudantes. Todos os anos são muitos os visitantes que procuram este evento. Porém, nem tudo é diversão. Os festejos deixam um rasto de lixo e caos por onde passam, entre outros aspectos negativos.


Durante 8 dias, os jovens universitários dirigem-se ao Queimódromo, situado em Matosinhos, para aproveitarem ao máximo esta festa, organizada pela FAP (Federação Académica do Porto). Também pela baixa da Invicta se realiza o cortejo, onde estudantes de todas as universidades do Porto desfilam devidamente equipados: trajados a rigor, a bordo dos camiões, ao som de muita música.

Queima das Fitas do Porto é um evento aguardado por muitos estudantes. A primeira vez que foi festejada foi em 1920, na chamada ‘Festa da Pasta’, celebrada pelos estudantes da Faculdade de Medicina do Porto. “É uma tradição académica fortemente enraizada”, como diz Ana Azevedo, aluna da Universidade Lusófona do Porto.

Caloiros, finalistas e estudantes universitários aproveitam esta pausa escolar para se divertirem e conviverem com alunos de outras instituições académicas. Os jovens em geral apreciam este evento, que se realiza sempre nas primeiras semanas do mês de Maio. Filipe Pinto, também estudante universitário, procura a festa pois aprecia o 'espírito académico' e porque quer estar com amigos que já não vê há algum tempo. Para o aluno da licenciatura de Ciências da Comunicação e da Cultura, a queima pode ser vista como uma manifestação de estudantes.

A festa é de todos mas muitos deixam-se levar pelos excessos, principalmente abusando do consumo de álcool, e também de droga. Há barracas e barracas que disponibilizam bebidas alcoólicas a preços muito baixos, conhecidos como ‘preços académicos’. As ambulâncias são uma constante no recinto da festa, pois há quem exagere e há quem chegue mesmo a ficar em coma alcoólico. Tal como afirma Filipe, “quando [os estudantes] estão embriagados não têm noção daquilo que fazem”.

Apesar de toda a alegria e descontracção que caracterizam o ambiente, a queima têm também alguns aspectos negativos. Vandalismo, lixo, consumo de droga, destruição, irresponsabilidade são algumas questões que lhe estão associadas. Ana concorda com a falta de moderação: “Nem todos sabem viver a festa. O desejo de aproveitar ao máximo é tão grande que se deixam levar pelo momento e acabam por cometer algumas loucuras”.
Para atenuar situações mais desagradáveis, a PSP e as Brigadas de Trânsito tentam controlar e evitar os distúrbios e a condução sob efeito do álcoolAcima de tudo, 'saber estar' é algo que parte de cada um.




Por: Isabel Fortes

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